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quarta-feira, 30 de março de 2011

Somos todas e sempre mulheres em luta; nas ruas e nas trincheiras neste mês de março!

Mais uma vez, neste ano de 2011, nós do Movimento Mulheres em Luta e da CSP Conlutas estivemos nas ruas de todo país fazendo valer nosso tradicional dia de luta das mulheres trabalhadoras.

Enquanto aqui no Brasil lutamos por aumento salarial rumo ao piso do DIEESE, igualdade salarial, creches, licença maternidade, pelo fim da violência e legalização do aborto, nas ruas do oriente médio estavam as mulheres árabes impulsionando os processos revolucionários em curso, fazendo reconhecer o papel central delas nas vitórias contra ditadores.

Participamos de atos em diversos estados entre os dias 3 e 12 de março, em unidade de ação com amplos setores do movimento feminista.

Em São Paulo, por exemplo, reunimos em torno de 1.500 pessoas com uma coluna independente da CSP-CONLUTAS e Movimento Mulheres em Luta, junto a outros setores do movimento de esquerda, com quase 600 pessoas.

Em várias regiões e sindicatos tivemos de debates, palestras e panfletagens. Na APEOESP/SP, fizemos debates nas reuniões de representantes e participamos de reuniões nas escolas, onde passamos o filme "Acorda Raimundo".

O Sindicato dos Metroviários e Sindsef-SP fizeram assembléias de base nos locais de trabalho para tratar da relação machismo e exploração. Houve paralisação pela reintegração de Cipeiras em Cariri (CE) e as atividades em relação à moradia em Belo Horizonte-MG. Tivemos em Belém a inauguração da secretaria de mulheres do sindicato da construção civil e diversas palestras nas entidades. As calouradas do movimento estudantil também expressaram a luta contra o machismo.

Os atos unitários em todo o país foram uma grande vitória na luta contra o machismo e a exploração. Estamos no primeiro ano de governo da primeira mulher presidenta e é preciso seguir fortalecendo nossas exigências ao governo que atenda as reivindicações das mulheres trabalhadoras. Precisamos também seguir denunciando todos os ataques que as mulheres, junto ao restante dos trabalhadores, já estão sofrendo com as primeiras medidas desse governo, como a alta inflação, o aumento dos salários dos parlamentares e da presidenta e o corte orçamentário em áreas essenciais.

Infelizmente setores do movimento feminista, como a Marcha Mundial de Mulheres, A CUT e a CTB, seguem com uma política de apoio á esse governo, cumprindo assim um papel regressivo na luta das mulheres.

Nossos atos e atividades foram os inícios de uma jornada de mobilizações para enfrentar o machismo e a exploração combatendo os que hoje mais se beneficiam disso, os governos e os patrões.

Enquanto isso ocorria muita repressão às mulheres no Egito.
Hoje, um dos maiores problemas das mulheres egípcias são a violência sexual e a mutilação genital. Além do o abuso sexual que é tema tabu na sociedade, que encobre especialmente os casos de estupro marital e abuso infantil dentro da família. 

Mulheres pela vitória da Líbia
Um protesto massivo de dezenas de milhares de mulheres em Benghazzi marcou o Dia na capital rebelde Líbia. Elas gritaram palavras de ordem de apoio à luta contra o ditador, como “Nenhuma negociação com Kadafi”. Novas organizações femininas vêm surgindo, como as Filhas de Omar Mukhtar, em homenagem ao mártir da resistência Líbia à colonização italiana. Também há relatos de comitês de mulheres atuando febrilmente nas atividades da retaguarda das tropas, cuidando da logística e da alimentação do front.

Enquanto isso na Tunísia: “Não há democracia sem igualdade!”, dizia slogan da Associação Tunisiana de Mulheres Democráticas durante os atos do dia 8 de Março. Uma expressiva luta vem sendo travada com o novo governo para exigir as reivindicações femininas. As várias organizações formadas antes e durante a luta que derrubou o ditador Ben Ali, como a Associação de Mulheres Tunisianas para Pesquisa e Desenvolvimento e o Coletivo Maghreb pela Igualdade, preparam agora um documento com todas suas reivindicações. Entre elas, a expansão da lei de cotas eleitorais conquistada pelas mulheres no regime anterior, e uma discussão ampla sobre leis que garantam a igualdade.

Janaína Rodrigues
- Movimento Mulheres em Luta e Setorial de Mulheres da CSP-CONLUTAS

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