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sexta-feira, 25 de março de 2011

Portugal: Trabalhadores dos Correios protestam contra congelamento de salários e redução de subsídios

Trabalhadores dos CTT na rua contra congelamento de salários e redução de subsídios

Cerca de meia centena de trabalhadores dos CTT estiveram hoje concentrados frente ao Ministério das Finanças e do Ministério das Obras Públicas, que tutela a empresa, para contestar o congelamento de salários e o fim do subsídio familiar.

Empunhando cartazes onde se pode ler “CTT privatização não” e bandeiras com a frase “CTT em luta”, os cerca de 50 trabalhadores e elementos do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) afirmam que os correios nunca contribuiriam para o défice do Estado português, lembrando que a empresa sempre deu lucros e permitiu a distribuição de dividendos ao Estado.

“Os trabalhadores dos CTT têm os seus ordenados congelados há dois anos ao que acresceu este ano a redução dos seus subsídios e abonos. Hoje, vamos dizer, se calhar pela última vez a este Governo, que os trabalhadores dos CTT não têm nada a ver com a administração pública. Esta é uma empresa lucrativa que contribui para o Orçamento do Estado”, disse Vítor Narciso, secretário-geral do sindicato.

Também Eduardo Rita, sindicalista e trabalhador dos correios, fala “do sentimento de injustiça” de que partilham funcionários dos correios, frisando que estes são os que têm sido mais prejudicados no sector empresarial do Estado.

“O Estado não mete dinheiro nos CTT, o que se passa é o contrário. Os CTT é que entregam todos os anos os lucros que têm”, afirmou.

Paulo Silva, 41 anos, presente na manifestação, é um dos trabalhadores que, de repente, se viu com 900 euros para sustentar três filhos e uma mulher desempregada.

“Este mês recebi 900 euros para sustentar três filhos e, não sei porquê, o abono que recebia de 400 euros, porque tenho um filho portador de deficiência, passou para 116 euros”, afirmou Paulo Silva, acrescentando ter já pedido explicações à Segurança Social, sem ter tido ainda resposta.

Numa carta, que entregou no Ministério das Finanças, onde apenas foram recebidos pela recepcionista, o sindicato diz que “os CTT entregaram, só nos últimos anos, mais de 120 milhões de euros” em dividendos ao Estado, e que, nos dos dois últimos anos, os trabalhadores das empresas perderam oito por cento do poder de compra.

À chegada ao Ministério das Obras Públicas, os trabalhadores manifestaram-se contra o ministério que tutela a empresa, num ambiente onde se destacava uma senhora sem-abrigo com cerca de 61 anos, que fez do Largo do Correio Mor, frente ao ministério, a sua casa desde há quatro meses.

Na rua, rodeada de vários cobertores, um tapete, um colchão, restos de alimentos, um penico e um pacote de bolachas, uma sem-abrigo assistia à manifestação, comendo uma laranja.

Ao ministério da tutela, os trabalhadores dos CTT criticam a degradação do serviço público, o encerramento de diversas estações de correio, a não-distribuição diária e a privatização dos CTT.

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