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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Seminário Nacional inicia prioridade em trabalho de organização de base pela Central


O Seminário Nacional de Organização de Base realizado pela CSP-Conlutas neste final de semana (26 e 27) em São Paulo foi um passo importante da Central para fortalecer o trabalho nos locais de trabalho.

Durante o encerramento, o membro da Secretaria Executiva Nacional Sebastião Carlos, o Cacau, destacou a grande participação dos trabalhadores com a presença de 236 trabalhadores entre, cipeiros, delegados sindicais, comissões sindicais e oposições sindicais.


Cacau salientou que a iniciativa foi apenas a abertura do debate. “Iniciado esse debate, não trazemos uma meta, nesse primeiro momento queremos ganhar a base da nossa central para começar a fazer esse trabalho”, disse.

Esse seminário cumpriu seu papel de preparar o 1° Congresso da Central que terá como principal tema o trabalho de base. O desafio agora é levar essa discussão e amadurecê-la nos sindicatos, locais de trabalho para construir a central verdadeira pelas mãos da classe trabalhadora.

Após um amplo debate sobre a importância do trabalho de base, realizado no primeiro dia do Seminário, no domingo grupos de diversas categorias que reuniram para leitura de textos e discussão de alternativas e experiências vividas.

Reuniram-se em grupos específicos de cada área os trabalhadores dos Correios, saúde, metalúrgicos, construção civil, rodoviários e confecção feminina de Fortaleza, comerciários; trabalhadores em Educação; bancários, servidores públicos e petroleiros.

Questão de Raça e Classe - Após os informes dos grupos foi lido um documento pelo Quilombo Raça e Classe no qual foi destacada a importância de se levar para o trabalho de base a discussão sobre a questão racial.

1° Congresso da CSP-Conlutas - Os materiais para o 1° Congresso foram apresentados, entre eles: proposta de cartaz, adesivo e camiseta. A importância de já começar a se discutir o Congresso e divulgar os materiais foi destacada.

Plebiscito 10% do PIB para a Educação - Foi dado o informe da campanha. Todos os estados estão fazendo o plebiscito, porém as pessoas ainda não têm o número de votos e que isso se faz necessário nesse momento.

Também foi lançado como iniciativa da campanha uma consulta eletrônica. O endereço dessa consulta já está disponível no site. É importante a ampla divulgação da votação eletrônica dessa consulta.

Primeiro dia – O Seminário Nacional de Organização foi aberto com uma saudação do metalúrgico Luiz Carlos Prates, o Mancha, em nome da Secretaria Executiva Nacional da Central. Ele observou que a organização de base, tema daquela iniciativa, será também o que ordenará os debates de preparação do 1º Congresso Nacional da Central, que acontecerá de 27 a 30 de abril de 2012.

Na mesa da manhã estavam a pesquisadora da Universidade Federal de Uberlândia, Patrícia Tróppia, o coordenador do curso do NPC (Núcleo Piratininga), Vito Giannotti, e o membro do da Executiva Nacional da Central, Zé Maria de Almeida.

Zé Maria abordou de uma maneira global a necessidade da organização de base para a luta dos trabalhadores e a importância dacompreensão de que os sindicatos devem cumprir um papel superior do que somente a luta econômica, desenvolvendo a luta política pelo efetivo fim da exploração capitalista. “A luta restritamente econômica apenas regula a exploração sobre o trabalhador, por isso é necessário superar este patamar”, disse.

Zé Maria defendeu a ampla participação do trabalhador nas decisões do Sindicato, para se democratize as entidades, dificultando assim o processo de burocratização dos dirigentes.

Patrícia se deteve a uma análise dos intuitos do controle da organização sindical dos trabalhadores, por meio da regulação dos sindicatos. Resgatou que a estrutura sindical, instituída por Getúlio Vargas, é totalmente organizada para atrelar a entidade do governo. “Um dos efeitos perversos dessa política é imprimir a burocratização dos sindicatos”. Um exemplo mencionado é o imposto sindical que garante a sustentação da entidade sem que tenha necessidade de sustentação pelos próprios trabalhadores.

Ela chamou a atenção da necessidade de formação, dos estudos sobre a história dos trabalhadores para se avançar nessas políticas e alertou também da importância de pensar na fragmentação da classe (trabalho manual, não manual, informal e desempregado) para atuar sobre esses diversos segmentos.

Giannotti reforçou o que disseram os anteriores e lembrou como se deu o processo de burocratização da CUT, com o distanciamento da base. Frisou de que a formação para este processo é fundamental e ainda deu dicas do uso da comunicação pelos trabalhadores.

A manhã seguiu com um debate após as exposições.

Na parte da tarde foram apresentadas experiências de organização de base em diversas categorias, entre elas, do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Sindees (MG), Sindserm (PI), Sind-Rede (MG), Sindsprev (RJ) e oposições, como a bancária de bancos públicos de diversos estados e a oposição nacional de Correios. Foram experiências de cipas, delegados sindicais, funcionamento de diretorias sindicais, experiências de jornais/boletins de base.

Depois das apresentações esteve presente o palestino e coordenador do movimento Stop the Wall, Jamal Juma que denunciou o muro que começou a ser construído em 2002, de 9 metros e 800 km separando a população palestina numa extensão 1,4 mil de extensão.

Chamou a todos a fortalecem essa luta pelo fim do muro e em defesa do povo palestino. Juma lembrou que a campanha mundial contribuiu para a luta que derrubou o apartheid na frica do Sul. O palestino também pediu a participação na campanha de boicote as relações militares e comerciais estabelecido entre o Brasil e Israel. “Israel é um Estado criminoso, por isso viemos pedir solidariedade porque vocês sanem o que é a luta contra a ditadura e contra a opressão”, ressaltou Juma.

Foto: Sérgio Koei

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