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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Telefonia móvel digital irá internacionalizar negócios

Revista Maiores e Melhores - Entrevista Wagner Pinheiro

Objetivo é aproveitar oportunidades nos mercados de logística e encomendas, além de oferecer apoio aos brasileiros no exterior



O ano de 2011 foi de grandes mudanças para a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Com a sanção da Lei 12.490/11, a área de atuação da empresa foi ampliada, o que demandou  a adoção de práticas de gestão mais modernas e eficiente. “Conseguimos superar as metas de receita e avançamos no processo de revitalização da empresa, com a contratação de 10 mil trabalhadores, a compra de 14 mil veículos e a reforma e implantação de 700 unidades operacionais de atendimento”, disse o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira. “Licitamos o novo parceiro para o Banco Postal, o Banco do Brasil, além das linhas de transporte aéreo de carga e nossa rede de dados, uma das maiores da América Latina.”

Assinatura do convênio para operação do banco postal
Segundo Oliveira, outros novos negócios vão facilitar o dia a dia da população. Para isso, a área de atuação da empresa continua a ser ampliada para a oferta de serviços e produtos nos segmentos postais financeiros e eletrônicos. “Um dos novos negócios que estamos estudando é a atuação no mercado de telefonia móvel virtual”, anunciou.

Segundo o presidente da ECT, pesquisas estão sendo finalizadas para a entrada dos Correios no mercado de telefonia móvel virtual. No primeiro trimestre de 2013, a empresa abrirá o primeiro escritório de prospecção em Miami, nos Estados Unidos, um dos países que mantêm forte relacionamento comercial com o Brasil. “Vamos prospectar novas oportunidades de negócio nos mercados de logística e encomendas e oferecer apoio aos brasileiros que estão no exterior, além de ampliar a parceria que já existe com o operador postal local para o encaminhamento da correspondência tradicional”, reforçou.

Para Oliveira, o processo de internacionalização dos Correios irá justamente avaliar perspectivas, por meio de unidades de negócios nos países com os quais o Brasil tem maior relacionamento comercial. “Hoje o Brasil é a sexta maior economia do mundo. O cenário econômico positivo e os eventos esportivos internacionais de grande porte aqui no País nos próximos anos irão manter essa atratividade”, afirmou.

Por mais de um ano consecutivo, a ECT ganhou o prêmio Maiores do Transporte e Melhores do Transporte. Com base em estudos publicados em seu balanço financeiro de 2011, os Correios obtiveram 88 pontos em 90 possíveis. O ranking leva em conta dados como a receita operacional líquida e o lucro líquido. A empresa espera alcançar crescimento mais robusto nos próximos anos em razão dos novos negócios. Em 2011, a receita atingiu R$ 15,6 bilhões.

De acordo com Oliveira, atualmente o maior desafio tem sido o de atender ao aumento da demanda sem perda da qualidade. A ascensão de 40 milhões de brasileiros à classe média aumentou a procura pelos serviços dos Correios.

Com isso, a empresa busca oferecer serviços de comunicação cada vez mais modernos em maior escala. A gestão corporativa precisa de maior agilidade.

“Estabelecemos um planejamento estratégico de longo prazo, com ações que garantam o alinhamento dos Correios aos avanços tecnológicos e às novas demandas da sociedade, para prestar um atendimento cada vez melhor”, disse.

A grande expansão na oferta de banda larga – metade dos domicílios do País estará conectada à internet até o final deste ano – também impõe novos desafios à empresa no segmento do e-commerce. Embora os Correios transportem 40% de tudo que é vendido pela internet no Brasil, o comércio eletrônico ainda não tem muita representação no resultado final da receita da ECT.

De acordo com Oliveira, o e-Sedex, serviço formatado especialmente para a entrega de encomendas do comércio eletrônico, cresce à taxa de 30% ao ano, o que deixa a ECT como um dos líderes de mercado do segmento. “Para atender a esta demanda crescente, estamos investindo em pessoal e infraestrutura”, disse. Além disso, a ECT estuda parcerias na rede de atendimento. “Queremos que a agência dos Correios seja um ponto de conveniência para o cidadão, com a oferta de facilidades para o dia a dia e também de serviços de governo”, acrescentou.

Até 2014, a empresa prevê um crescimento anual em torno de 14% no faturamento (receita de vendas). Para Oliveira, o fato de o Brasil sediar nos próximos anos a Copa do Mundo e as Olimpíadas também está movimentando o mercado de logística, que já estava bastante aquecido. Com isso, os resultados apontam crescimento dos negócios, principalmente, nas operações de atendimento de varejo, encomendas e logística.

De acordo com Oliveira, uma pesquisa feita com 15 mil pessoas em todo o Brasil apontou que 90% dos entrevistados estavam satisfeitos ou muito satisfeitos com os Correios; 93% dos clientes demonstraram satisfação com o atendimento nas agências e 88% com a entrega de cartas e encomendas. Além disso, mais de 88% recomendariam os serviços da ECT.

O executivo disse que, com o crescimento da economia e o desenvolvimento do Brasil, a logística tornou-se o foco de investimentos públicos e privados. Ele afirmou que a criação da Empresa de Planejamento e Logística (EBL) para planejar transportes e promover a integração logística do País deve melhorar a infraestrutura brasileira. O primeiro resultado concreto foi o lançamento do Programa de Investimentos em Logística, em agosto, que vai aplicar R$ 133 bilhões por meio de concessões e parcerias público-privadas para a construção de rodovias e ferrovias.

Para o presidente dos Correios, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que dobrou os investimentos públicos em infraestrutura no Brasil, já investiu, em dois anos, mais de R$ 200 bilhões. Até 2014 serão investidos R$ 955 bilhões em energia, transportes, saneamento e outras áreas. “O resultado desse trabalho levará o empresariado a acreditar e a continuar investindo”, afirmou.

Os Correios contam hoje com uma gigantesca estrutura. São 117 mil trabalhadores, 12 mil agências, 10 mil unidades operacionais de tratamento, distribuição e logística, 17 mil veículos em operação e 14 linhas aéreas de transporte de carga. Até 2015 estão previstos investimentos d ordem de R$ 4 bilhões na modernização da rede de atendimento e do parque industrial e tecnológico, além de treinamento e qualificação de pessoal.


“Estamos renovando e ampliando a frota desde o ano passado. Adquirimos mais de 14 mil veículos que atendem às exigências de segurança e de preservação ambiental”, afirmou Oliveira. “Agora trabalhamos para comprar veículos mais modernos e sustentáveis, que resultam em maior produtividade, pois são climatizados, com direção hidráulica e trava e vidro elétrico”. Outra inovação refere-se ao uso de frota elétrica. Hoje a empresa tem veículos elétricos em Curitiba e Porto Alegre. Já há planos de aumentar para outras capitais. Em novembro, iniciará testes com motocicletas elétricas em Belo Horizonte e São Paulo.

Segundo o presidente, 60% das licitações dos novos pontos de atendimento foram concluídos com sucesso. “Quase metade das nossas 1.350 franquias opera hoje no novo modelo. O novo modelo de agência tem sistema de automação de atendimento online, imóveis compatíveis com a quantidade de guichês, mobiliários e equipamentos adequados”. Para Oliveira, a nova rede é mais moderna e confortável. Além disso, a estrutura trouxe segurança jurídica aos novos parceiros franqueados. Segundo Oliveira, a modernização da rede vai ao encontro das metas de universalização e de melhoria do atendimento à população brasileira.

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