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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O Brasil vai às compras em Portugal

As empresas portuguesas estão descapitalizadas e o governo embarcou num processo acelerado de privatizações. Grupos brasileiros estão alertas para as oportunidades. 



No dia 7 de dezembro, quando o martelo bater na Bolsa de Valores de Lisboa por volta das 10 horas, no horário de Brasília, um grande negócio unindo Brasil e Portugal pode ser fechado. Ele envolve a aquisição da TAP, maior companhia aérea portuguesa, e o favorito para arrematá-la é o empresário Germán Efromovich. Nascido na Bolívia e naturalizado brasileiro – ele vive no país desde criança –, Efromovich é dono de um império que inclui outra companhia aérea, a Avianca, e aproveitou a crise na Europa para buscar a empresa que mais destinos opera no Brasil, com voos para dez cidades. “Ter a TAP como parceira é uma operação que faz muito sentido para a Avianca, por isso vamos apresentar proposta pela companhia”, disse ele em entrevista exclusiva ao site de VEJA. “Caberá ao governo português, porém, apreciá-la”.


A aquisição da TAP, se concretizada, será mais um capítulo de uma enxurrada de negócios envolvendo brasileiros em terras portuguesas, desde que a crise bateu forte naquele país. Com a dívida pública em 193,5  bilhões de euros, o equivalente a 117,5% do PIB, Portugal foi obrigado a recorrer à ajuda financeira da União Europeia. Junto com os 61,1 bilhões de euros do socorro, os europeus enviaram um pacote de ajustes econômicos para reduzir o déficit público português a 4,5% em 2012 - posteriormente relaxados para 5%. A venda da TAP é uma das exigências desse pacote. Com o PIB em queda (retração de 0,8% no terceiro trimestre de 2012 ante o trimestre anterior) e desemprego em alta (16,3% em novembro), o país partiu para um programa agressivo de privatizações. E os empresários brasileiros foram às compras.


No final de novembro, a Amil arrematou sete hospitais que pertenciam à Caixa Geral de Depósitos pelo equivalente a 110 milhões de dólares. Dois meses antes, a Embraer havia inaugurado duas fábricas de fuselagem, componentes e ligas metálicas para aviões em Évora. Em junho, a InterCement, subsidiária da Camargo Corrêa, havia comprado 94,8% do capital da multinacional portuguesa Cimpor, uma das maiores produtoras de cimento do planeta. Nas próximas semanas, a brasileira Rionave disputará com os russos da JSC o controle dos estaleiros navais de Viana do Castelo, no norte do país. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos está no páreo para comprar a Companhia Portuguesa de Correios e Telégrafos, que deverá ser privatizada em 2013. Segundo jornais portugueses, o Banco do Brasil estaria interessado em 20% de participação na Caixa Geral de Depósitos (confira na lista aqui).


“As empresas portuguesas estão descapitalizadas, os imóveis estão baratos como nunca e há muitas oportunidades de negócios para investidores que quiserem entrar na Europa, com a facilidade do idioma ser o mesmo do Brasil e com profissionais com excelente formação”, disse ao site de VEJA o consultor português Carlos Vasconcellos Cruz. “Portugal está em um processo de privatização acelerado de empresas estatais, precisa de dinheiro e oferece uma ótima base para negócios”, concorda o economista português Nasser Sattar. “Os ativos estão baratos e há oportunidades até para quem quer investir em imóveis.”

Os preços dos apartamentos próximos ao Parque das Nações, um dos pontos mais nobres de Lisboa, despencaram 30%. “Temos recursos disponíveis para empreendedores brasileiros que tenham boas ideias e disposição para lançarem start-ups a partir de Portugal”, diz Francisco Banha, presidente da Federação Portuguesa dos Business Angels. Os brasileiros começaram a enxergar estas oportunidades. E isso explica por que há tanto capital brasileiro entrando por lá e invertendo, pela primeira vez em quinhentos anos, uma tendência.Os preços dos apartamentos próximos ao Parque das Nações, um dos pontos mais nobres de Lisboa, despencaram 30%. “Temos recursos disponíveis para empreendedores brasileiros que tenham boas ideias e disposição para lançarem start-ups a partir de Portugal”, diz Francisco Banha, presidente da Federação Portuguesa dos Business Angels. Os brasileiros começaram a enxergar estas oportunidades. E isso explica por que há tanto capital brasileiro entrando por lá e invertendo, pela primeira vez em quinhentos anos, uma tendência.

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