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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Política econômica do governo Dilma não controla inflação, não garante crescimento e quem paga a conta é o trabalhador

O presidente do Banco Central Alexandre Tombini informou nesta terça-feira (2) que o índice de difusão da inflação, que mostra quantos produtos subiram, está elevado. De acordo com ele, de cada 100 itens verificados, 65 ficaram mais caros. Na semana passada, o Banco Central divulgou o relatório trimestral que projeta a inflação de 2013. De acordo com o estudo, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo),  subirá de 4,8% para 5,7%.

Para o técnico do Ilaese (Instituto Latino-Americano de Estudos Socioeconômicos), Daniel Romero, mesmo com todas as medidas feitas pelo governo para tentar reduzir os preços, como redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), isenção fiscal, desonerações nos produtos da cesta básica entre outros, existe um processo inflacionário que o governo não consegue controlar. “A mais recente desoneração foi nos itens da cesta básica, que mesmo desonerados, a baixa nos preços ainda é não sentida pelo consumidor final. Isso ocorre, pois boa parte dessa redução, entre outros fatores, se perde no caminho que o alimento faz entre o produtor e o consumidor”, explicou.

Segundo Romero, além disso, os commodities (matéria prima) que compõem a cesta básica, como arroz e feijão, são produtos que atendem ao mercado externo e não interno. Por isso, não sentimos a diferença nos preços, pois os produtores se baseiam nos preços aplicados para a exportação.

Outra análise feita pelo técnico do Ilaese é de que o governo também tenta “ganhar” a opinião pública com a política de redução de juros. Entretanto isso não se aplica na realidade. “O governo diz que os juros não vão aumentar, embora a inflação esteja acima da meta, mas a verdade é que mesmo com esse aparente controle, os juros aplicados aqui no Brasil continuam elevados. De fato o governo tem atuado pelo crescimento econômico, e ele tem feito isso reduzindo os juros, mas essa redução para o consumidor é muito pequena se comparada à redução de juros feita para o capital, ou seja, empresas e bancos”, avaliou.

Além disso, as medidas feitas pelo governo de “redução de juros” não tem garantido o crescimento econômico esperado.

Em 2012, o Brasil teve o menor crescimento entre países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O Brasil cresceu 0,9% no terceiro trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado, bem abaixo da Rússia teve expansão de 2,9%; China, de 7,4%; Índia, de 5,3%, e África do Sul cresceu 2,3% na mesma base de comparação.

Alguns setores, como o da indústria, apresentaram retração. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção da indústria não sustentou o crescimento retomado em janeiro de 2013 registrou queda de 2,5% em fevereiro.

O resultado é considerado o pior desde dezembro de 2008, auge da crise econômica mundial, quando a produção industrial recuou 12,2%.

Para o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Paulo Barela, a política econômica desse governo objetiva apenas aumentar os lucros das grandes empresas, bancos e o agronegócio. “Essa política é para manter a sangria na economia nacional com o crescente pagamento dos juros e serviços da dívida pública em benefício dos especuladores do mercado financeiro internacional”, avaliou Barela.

Segundo o dirigente da Central, o método utilizado pelo governo para desonerar os gastos dos empresários com a folha de pagamento representa um ataque ao Regime Geral de Previdência no país. “Neste momento, já são quase R$ 20 bilhões que foram deixados de ser investidos nas aposentadorias dos brasileiros em benefício único dos lucros das empresas”, argumentou.

Outro problema econômico apontado é a política de isenção do IPI que não refletiu na redução de preços das mercadorias, nem trouxe melhorias nos salários e no nível de emprego. “É só observar a política das montadoras, que promovem demissões, layoff, férias coletivas, como vem promovendo a General Motors em São José dos Campos, ainda que com heroica resistência do Sindicato e da categoria metalúrgica naquela cidade. Tudo com a complacência do governo federal petista de Dilma Rousseff e do tucano Geraldo Alckmin, no estado de São Paulo”, reiterou.

Para o dirigente, além de todas essas medidas, que visam aumentar ainda mais os lucros dos empresários, os preços dos alimentos não param de subir e elevam a perspectiva inflacionária para este ano.

Barela também ataca os juros cobrados no país. “O governo petista alardeia sua política de redução dos juros, que tem ocasionado uma constante queda na taxa Selic, medida pelo Banco Central, porém, os juros dos empréstimos pessoais, cheque especial e cartões de crédito seguem nas nuvens”, criticou.

O dirigente da Central informa que, no ano passado, a taxa média de juros para empréstimos pessoais chegou a 88,83%, enquanto o trabalhador que conseguiu fazer alguma economia teve uma capitalização de apenas 6,57%.

“Essa é a verdadeira cara desse governo. Só nos resta avançar na organização dos trabalhadores e avançar na luta contra a retirada de nossos direitos. Nesse sentido, fortalecer a marcha do dia 24 de abril é um grande passo!”, finalizou Barela.

CSP Conlutas

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