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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Lucros dos correios britânicos quase duplicaram antes da privatização

De Abril a Setembro, o resultado do Royal Mail cresceu 96,5%, para o equivalente a 338 milhões de euros.

O grupo de correios britânico Royal Mail, privatizado em Outubro, apresentou nesta quarta-feira um lucro de 283 milhões de libras (337,6 milhões de euros, ao câmbio actual) nos seis primeiros meses do ano fiscal da empresa (Abril a Setembro). O resultado quase duplicou em relação ao mesmo período do ano passado, altura em que o grupo tinha registado um lucro de 144 milhões de libras (171,7 milhões de euros).


Estes são as primeiras contas semestrais conhecidas depois da abertura da empresa a capitais privados, concretizada no mês passado com uma estreia eufórica em bolsa que avaliou a empresa em 4550 milhões de libras (perto de 5428 milhões de euros).

Na alienação de 60% do capital da Royal Mail, o Governo britânico foi acusado de estar a vender a empresa a baixo preço. Um tema que volta nesta quarta-feira à agenda, com a audição parlamentar do responsável pela pasta da Economia, Inovação e Conhecimento, Vince Cable.

A melhoria do resultado semestral, apurado até ao mês anterior à privatização, é explicada pelo grupo com a aposta no negócio de transporte de encomendas (para contrabalançar a queda do correio em papel), e com outras medidas que decorrem do plano de reestruturação, nomeadamente nos encargos com trabalhadores. No conjunto dos nove primeiros meses do ano (até Dezembro), a Royal Mail espera um aumento da receita.

Quando entrou em bolsa, a 11 de Outubro, a operação pública inicial de venda (OPI) foi considerada um sucesso pelo executivo, com as acções a dispararem 38% durante a sessão face ao valor definido para a entrada em bolsa.

A diferença entre o valor máximo previsto pelo Governo para o negócio e o montante a que as acções chegaram a ser transaccionadas no primeiro dia valeram de imediato críticas ao Governo. Oposição e representantes dos trabalhadores acusaram o executivo de ter vendido barato a Royal Mail, posição que foi rejeitada pelos bancos envolvidos na colocação das acções no mercado de capitais.

A operação, assim como a do grupo belga BPost, inspirou o Governo português na privatização dos CTT, que também vai passar pela dispersão de uma parte do capital em bolsa (até 70%). A venda dos CTT será a terceira a acontecer na Europa este ano por esta via por parte de empresas públicas de correio. Na União Europeia, cerca de 80% dos serviços postais estão na esfera pública.

A entrada dos CTT em bolsa acontece na próxima semana, a 5 de Dezembro, ficando o Estado obrigado a manter a posição de 30% na empresa, pelo menos, até Agosto do próximo ano.

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