Acesse o site do SINTECT/SC:

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Banco do Brasil e Correios querem aumentar serviços do Banco Postal

O Banco do Brasil (BB) e os Correios querem criar uma instituição financeira e, assim, ampliar os produtos e serviços oferecidos pelo Banco Postal. Atualmente, o correspondente bancário oferece serviços de abertura de conta-corrente, concessão de empréstimos, de cartão de crédito, pagamentos de benefícios e recebimento de contas.


O banco venceu em 2011 a concorrência para ser o novo parceiro dos Correios no Banco Postal por um prazo de cinco anos com oferta de R$ 2,3 bilhões, mas informou nesta segunda-feira que assinou um memorando de entendimento com a empresa para estudar a ampliação do modelo de negócios.

Mais liberdade
Segundo o BB, a parceria atual é regida por regulamentação específica de correspondente bancário, o que restringe a ampliação dos negócios. A implantação do novo modelo permitirá ao Banco Postal oferecer novos produtos e serviços, como linhas de crédito específicas a exemplo do Financiamento Estudantil e microcrédito, seguros, capitalização, cartões pré-pagos e consórcios. Em vez do atual contrato com prazo determinado, a nova parceria será permanente.

Para o BB, o novo modelo de negócios também vai tornar o Banco Postal mais atrativo para a parcela da população sem acesso ao sistema financeiro, calculada em cerca de 55 milhões. A movimentação anual dessas pessoas é mais de R$ 600 bilhões.

Presença
“O Banco do Brasil sempre teve o desejo de estar presente em todos os municípios brasileiros”, disse o vice-presidente de Negócios de Varejo do BB, Alexandre Abreu. Mas segundo ele, nem sempre é economicamente viável abrir uma agência em determinadas localidades por ser necessário um investimento muito alto.

Com a parceria com os Correios, o BB amplia a presença nos municípios brasileiros. Atualmente, o banco está presente em cerca de 50% das cidades do país. Já os Correios têm mais de 6 mil agências (sem as franqueadas), número semelhante ao de unidades do BB, que passará a operar nas franquias e está em 100% dos municípios brasileiros

De acordo com o vice-presidente Jurídico dos Correios, Cleucio Nunes, a criação de um banco “sempre foi algo desejável”. “Mas começar um banco do zero seria um trabalho muito difícil”, acrescentou.

Experiência
A idéia agora é juntar a experiência dos Correios e do Banco do Brasil, com aproveitamento da estrutura física e tecnológica das duas instituições. Nunes acrescentou que é uma tendência mundial a criação de bancos dos Correios.

Abreu informou que o valor de investimento que o BB e os Correios terão que fazer para criar a nova instituição ainda não foi definido, mas “será pequeno”. De acordo com o banco, a iniciativa só foi possível após a promulgação da Lei 12.490, de 16 de setembro de 2011, que permitiu aos Correios participar de empresas e desenvolver serviços financeiros.

Sociedade de fato
“A idéia seria transformar a parceria em uma sociedade de fato, com participação acionária de 50%”, afirmou Abreu, em referência à criação de uma instituição financeira nos moldes de bancos postais internacionais. A conclusão dos estudos deve ocorrer no segundo semestre de 2014.

O BB informou que a implantação do novo modelo dependerá ainda das autorizações regulatórias do Banco Central, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e dos ministérios da Fazenda, das Comunicações e do Planejamento, entre outros. A expectativa do BB é ter essas autorizações no segundo semestre de 2014.

Novos correntistas
O anúncio do reforço na parceria acontece em um momento em que os bancos públicos se preparam para desacelerar crédito em 2014, diante de regras mais duras de capital estabelecidas no acordo de Basiléia e de piora nas expectativas por conta da deterioração fiscal do governo.

Quando venceu o leilão dos Correios, o BB estimou 10 milhões de novos clientes em 5 anos. Do início da parceria, em 2012, até agora, foram abertas 2,2 milhões de contas correntes. A mudança no modelo vem para acelerar esse processo, disse Abreu.

Infra-estrutura
A expectativa do BB é que os estudos de viabilidade para a formação do Banco Postal terminem em meados do próximo ano. Segundo Abreu, o investimento do Banco do Brasil não será elevado. “A operação já existe. Ela vai agregar toda a infra-estrutura tecnológica do BB à infra-estrutura dos Correios. É um investimento residual, se houver”, afirmou. Atualmente, os Correios têm cerca de 6.400 agências próprias no Brasil.

“O público mais atraente é a nova classe média. É a novidade em termos de mercado, porque não tem banco ainda. Disputar cliente que já é correntista de banco é mais difícil”, disse Abreu, acrescentando que o banco poderá oferecer ainda crédito imobiliário.

Em comunicado, a BB Seguridade disse que vai realizar estudos sobre a viabilidade da oferta de produtos de seguridade nas agências dos Correios. Segundo o presidente da BB Seguridade, Marcelo Labuto, depois da formação da parceria no Banco Postal, a empresa de seguros, previdência e capitalização do Banco do Brasil fará acordos com os Correios para a oferta de seus produtos.

Leia aqui e aqui.

0 comentários:

Postar um comentário