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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Correios de Portugal têm de cortar 100 milhões em custos ainda este ano

Cátia Simões e Mariana Adam
Corte de 15% por ano nos custos das empresas públicas é para cumprir. Correios tinham proposto reduzir 14,7% até 2012.

As ordens são claras e para cumprir: todas as empresas públicas e do Sector Empresarial do Estado (SEE) terão de cumprir a meta de 15% na redução de custos com pessoal e fornecimento de serviços externos até ao final do ano, mesmo as que pediram regime de excepção, como os CTT.

"O objectivo de redução de 15% é um objectivo genérico que não comporta excepções, sendo por isso integralmente aplicável também aos CTT", reafirmou fonte oficial do ministério das Finanças ao Diário Económico. Isto significa que os Correios terão seis meses para cortar 100,9 milhões de euros desses custos que, no final de 2010, atingiram 672,7 milhões de euros. Já os custos operacionais totalizaram os 732,4 milhões de euros.

"O controlo integral e rigoroso é efectuado em permanência, tendo o Ministério determinado já às empresas o cumprimento, sem excepções, do objectivo de redução de 15% dos custos operacionais com pessoal e fornecimentos e serviços externos, incluindo as empresas que haviam apresentado planos iniciais desconformes e que, assim, tiveram de ser objecto de adaptação sujeita igualmente ao controlo por parte da Inspecção Geral de Finanças", esclareceu a mesma fonte.



A proposta inicial dos CTT previa uma redução de 14,7% até 2012, concretizável "sem recorrer a um plano de despedimentos compulsivo", garantiu recentemente Pedro Coelho, vice-presidente da empresa. O corte seria de 40% em 2011 e de 60% em 2012 - agora, os custos da empresa terão de emagrecer mais em seis meses do que nos dois anos propostos.

Contactada, fonte oficial dos Correios confirmou que "os CTT estão a desenvolver as acções necessárias para cumprir as orientações do accionista, como aliás desde o início do processo", garantindo ainda que "nos planos dos CTT não estão previstos despedimentos".

Os Correios já estão a aplicar algumas medidas para corte de de gastos. "A redução de custos está a ser feita sobretudo através da renegociação dos contratos de fornecimento e serviços externos e da aplicação do disposto no Orçamento do Estado para 2011 no que se refere à matéria salarial", explica fonte oficial dos CTT.

Corte nas estações e chefias
Além da redução de 5% a 10% nos salários dos trabalhadores, os Correios estão a encerrar algumas estações para reduzir o número de chefias. Por outro lado, o plano de redução da frota automóvel prevê uma poupança de 1,2 milhões de euros este ano. Uma fatia muito pequena face ao que é exigido pelas Finanças.

O plano terá de ser posto em marcha rapidamente. Já no próximo mês os técnicos da ‘troika' vão verificar se os planos estão a ser cumpridos. Em Fevereiro, mais de metade das 93 empresas públicas estavam em incumprimento. Sobre estas questões, o ministério das Finanças relembra que as empresas que apresentaram pedidos de excepção tiveram de readaptar o plano ao definido pelo regulador.

Várias empresas públicas pediram regime de excepção. A TAP, por exemplo, argumentou que terá grande dificuldade em fazer aceitar a redução salarial - aliás, o pessoal de cabine agendou uma greve de dez dias em Junho e Julho para protestar contra o corte de um tripulante por voo, que permitiria reduzir vos custos operacionais (ver página 28).

A tutela, contudo, admite um regime de excepção no que toca aos custos com combustíveis. Fonte do ministério das Finanças admitiu ao Diário Económico que "os gastos consubstanciam encargos não directamente controláveis pelas empresas", sendo por isso "diminuta, senão nula, a margem de redução".

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