Trabalhadores portugueses iniciaram nesta quarta-feira (24/11) uma greve geral organizada pelas duas principais centrais sindicais do país: a CGTP (Confederação Geral de Trabalhadores de Portugal) e a UGT (União Geral dos Trabalhadores). A União dos Sindicatos de Lisboa afirmou que policiais agrediram grevistas na capital portuguesa. O enfrentamento aconteceu entre cerca de 80 policiais e 60 integrantes de um piquete que tentavam impedir a entrada de trabalhadores no prédio dos correios.
O secretário-geral do Partido Comunista Português, Jerônimo de Sousa, conversa com jornalistas em Lisboa |
A greve, que inclui tanto os setores público como privado, deve durar 24 horas e tem como objetivo protestar contra um pacote de redução do orçamento nacional, que será votado na sexta-feira (26/11).
O plano prevê corte de empregos, de benefícios sociais e aumento de impostos com objetivo de diminuir o déficit público do país de 7,3% do PIB (Produto Interno Bruto) para 4,6% até o fim de 2011. Com a crise na Grécia e na Irlanda, aumenta a pressão sob Portugal para pedir empréstimo à União Europeia e ao FMI (Fundo Monetário Internacional).
Outras causas do protesto, explicaram as centrais sindicais, são “a redução do poder de compra dos salários”; “o aumento generalizado do custo de vida”; “as práticas patronais generalizadas de ataque aos direitos”; “o bloqueio da negociação coletiva”; “o congelamento das pensões” e “o empobrecimento”. Em Portugal, o salário mínimo é de 554 euros desde janeiro de 2010, o equivalente a 1.286 reais.
Grande adesão
Os portugueses já começaram a “sentir na pele os efeitos da greve” devido à paralisação do transporte nas grandes cidades e de serviços em hospitais, escolas, universidades, coleta de lixo, hotéis e parte dos correios, segundo reportagem do jornal português Público.
Estima-se que 75% dos trens e 60% da frota de ônibus deixaram de circular, de acordo com as empresas Comboios de Portugal e Carris, e pelo menos 500 voos, principalmente da companhia portuguesa TAP, foram cancelados, segundo informações da agência de controle dos aeroportos.
Nos hospitais, apenas os casos de emergência estão sendo atendidos e os correios estão entregando apenas medicamentos. Segundo os sindicalistas, a greve teve forte adesão em empresas privadas como as da indústria automobilística, na qual a paralisação é de 90%.
Hoje, os sindicalistas fizeram piquetes e percorrem lugares como aeroporto e Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, na capital, Lisboa, e na cidade do Porto para chamar os trabalhadores para aderirem à greve.
A última greve geral em Portugal foi realizada em 2007 e foi organizada apenas pela CGPT. A última paralisação conjunta entre as duas centrais sindicais aconteceu em 27 de março de 1988.
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