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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

MAIS UMA FRAUDE EM NOSSO PLANO DE SAÚDE. PF INDICIA JANJÃO DO PT

Polícia Federal indicia assessor da direção do Correios que teria fraudado plano de saúde da estatal

Extra 

A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quinta-feira, o assessor técnico da direção regional do Correios no Rio, João Maurício Gomes da Silva, de 35 anos, por peculato — quando o funcionário público se apropria ou desvia dinheiro ou qualquer outro bem, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo. O crime tem pena de reclusão de dois a 12 anos. Segundo a Delegacia de Repressão a Crimes Patrimoniais (Delepat), o servidor fraudou o plano de saúde do Correios com uma internação de sua mulher, dependente dele, que custou R$ 53 mil aos cofres públicos.

De acordo com o prontuário de Thaisa Guedes, de 33 anos, ela teria ficado hospitalizada entre 24 de julho e 14 de agosto deste ano. No entanto, no dia 27, quando a documentação afirma que a paciente teve um choque séptico em função de uma pneumonia e estava sedada e respirando com auxílio de ventilação mecânica, a mulher aparece, acompanhada de João Maurício, em fotos postadas numa rede social, numa festa de aniversário, no bar Pit Stop, em Jacarepaguá. A aniversariante confirmou, em depoimento à PF, a presença do casal em sua festa, no dia em que as imagens foram postadas.

Em depoimento, nesta quinta, no Núcleo de Repressão a Crimes Postais, da PF, Thaisa e João Maurício confirmaram a internação e, confrontados com as fotos da festa de aniversário, alegaram que não se lembravam do evento.

O EXTRA procurou João Maurício, mas ele não atendeu os telefonemas. No Hospital Rio Laranjeiras, uma funcionária da recepção informou que apenas a direção poderia responder a reportagem e que, por volta das 18h, não teria mais ninguém na clínica.

A Administração Central do Correios afirmou que a direção da estatal, em Brasília, foi quem encaminhou a denúncia sobre o caso ao Ministério Público Federal, em setembro.

Em agosto, o EXTRA revelou que o esquema de fraudes investigado pela PF havia lesado o Correios, com uma única cirurgia de coluna, em R$ 961.886,56. O valor pago por parafusos, porcas e brocas é 1.375% mais caro que o de mercado.

De carteiro a assessor da direção
João Maurício Gomes da Silva é o segundo homem mais forte na Diretoria Regional do Correios no Rio. Com terceiro grau incompleto, Janjão, como é conhecido, entrou na estatal em 1997, como carteiro. Engrenou na vida sindical e, em 2007, foi secretário nacional da Federação Nacional de Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Fenect). Petista declarado, Janjão foi nomeado, em 2011, assessor técnico da Diretoria Regional do Rio, por Omar de Assis Moreira, diretor do Correios no estado, que, segundo a PF, foi quem pediu a instauração de inquérito, em junho.

Com a ascensão, o salário de Janjão passou de R$ 1.350 para cerca de R$ 12 mil.

Sem requisitos mínimos
A nomeação ignorou as normas do manual de RH do Correios: os requisitos mínimos para ser assessor técnico são ter quatro anos de empresa e dois anos como chefe de divisão ou gerente de região operacional.

A Administração Central do Correios afirmou que a indicação para cargos de assessoria em Diretoria Regional do Correios é feita pela própria Diretoria Regional, com base no histórico funcional, desempenho e perfil dos empregados.

Em nota, a estatal alegou que, “a regra prevê que, em todos os casos em que os empregados não alcançam a pontuação mínima prevista para ocupar função, passem por análise de perfil, realizada por uma banca multidisciplinar. À época da nomeação em questão (2011), por regra administrativa, todos os processos já com parecer da banca sobre a aprovação ou não do candidato eram submetidos à Administração Central apenas por formalidade”.

Janjão passou por uma entrevista em Brasília, mas teria sido reprovado. Foi numa segunda sabatina que o funcionário ganhou passe livre.

A estatal afirmou ainda que, “a fim de aprimorar os controles, a gestão e a transparência do plano de assistência médica, o Correios estão modernizando o sistema com a implantação de uma caixa de assistência no formato de autogestão, com controle, acompanhamento e gestão regulados pela Agência Nacional de Saúde”.

Em seu depoimento na PF, Janjão afirmou conhecer o médico Carlos Alberto Alonso Filho. De acordo com denúncias, ele se apresentaria em nome do Correios para propor negociatas com médicos, hospitais e fornecedores de próteses.

Leia mais sobre esse assunto em oglobo.globo.com/rio/pf-indicia-assessor-da-direcao-do-correios-que-teria-fraudado-plano-de-saude-da-estatal-10534360

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