São Paulo - O Banco do Brasil venceu a licitação do Banco Postal com lance de R$ 2,3 bilhões pela utilização do serviço, mais R$ 500 milhões em títulos de luvas. A partir de janeiro de 2012, por um período de cinco anos, a instituição ampliará sua capilaridade de atendimentos por meio da rede de distribuição dos Correios, com 6.195 agências presentes em 95% dos municípios brasileiros. No entanto, a baixa rentabilidade do negócio é um ponto questionado por especialistas e refletido no mercado acionário. As ações do BB fecharam em queda de 0,88%.
Desde 2002, a operação era realizada pelo Bradesco, que desistiu da licitação após realizar lance de R$ 2,25 bilhões na 11ª rodada. Na primeira etapa, o Banco do Brasil apresentou proposta de R$ 1 bilhão, Bradesco de R$ 1,55 bilhão e Caixa Econômica Federal de R$ 1,2 bilhão. O Itaú Unibanco foi desclassificado ao apresentar lance de R$ 0,01.
A Caixa desistiu do negócio na 5ª rodada, quando os lances estavam próximos de R$ 2 bilhões. A definição do Banco do Brasil como vencedor aconteceu na 12ª rodada. Para participar do processo seletivo, os bancos tiveram que comprovar ativo total igual ou superior a R$ 21,6 bilhões e patrimônio líquido igual ou superior a R$ 2,16 bilhões, o que limitou a participação de instituições financeiras de menor porte.
Por fato relevante o BB declarou "por meio desse investimento, o Banco do Brasil antecipa a execução de plano estratégico, que objetiva estender seus pontos de atendimento para todos os municípios brasileiros". Sobre a derrota no leilão, o Bradesco declarou pela assessoria que não daria declarações à imprensa.
No mercado financeiro, o alto investimento do Banco do Brasil teve impacto negativo nas ações ON, que fecharam em queda de 0,88% e preço de fechamento de R$ 28,05. Em compensação, as ações ON do Bradesco tiveram alta de 0,38%, com preço de R$ 26,10, e PN com alta de 0,51% e valor de fechamento de R$ 31,02. O Ibovespa fechou em alta 1,04% e 64.620 pontos.
O impacto negativo diante do mercado acionário pode ser reflexo do alto investimento na ampliação da rede de atendimento, mas com baixa rentabilidade financeira para os bancos. Para Adriano Gomes, especialista em Economia pela ESPM, o negócio é um "mico" por causa da rentabilidade. "O bom é a ideia de capilaridade, mas é teórico, pois o foco são cidades pequenas, com pessoas com baixa renda e que utilizam os serviços para recebimento de benefícios do governo (Bolsa-Família, por exemplo) e remessas de quantias de outras cidades. Uma coisa é o discurso bonito de inclusão bancária, outra é a baixa rentabilidade para as instituições financeiras."
Os serviços prestados pelo Banco Postal listados no edital incluem abertura de contas-correntes, poupança, saques e benefícios do INSS, pagamento de contas de água e luz, solicitações de cartão de crédito, empréstimos e operações de câmbio.
Para Osmar Visibelli, professor da escola de negócios da Anhembi Morumbi, o que deve ter motivado a participação do BB no negócio é a ampliação na rede de atendimento, mas há também vantagens políticas. "Para o governo federal ter um banco com o seu controle com uma ampla rede de atendimento é muito interessante, pois amplia a capilaridade do governo, que chega com meios mais técnicos na população mais afastada", pontuou Visibelli, que acrescentou. "Se haverá mudanças com o controle no Banco do Brasil depende do quanto terá de influência por parte do governo ou novas técnicas."
Em comunicado à imprensa, os Correios declararam que o Banco Postal tem participado efetivamente do compromisso governamental de promover a inclusão bancária e social. Cerca de 93% dos correntistas têm renda de até três salários mínimos. Sobre a licitação, o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo Silva, disse: "Essa parceria abre um espaço enorme para a interiorização dos serviços bancários".
O pagamento referente ao valor básico de acesso ao negócio, de R$ 2,3 bilhões, deve ser realizado pelo Banco do Brasil à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) em até 10 dias após a assinatura do contrato. Até 2 de janeiro de 2012, o banco pagará também R$ 500 milhões pela utilização das agências dos Correios e está previsto repasse mensal de R$ 350 milhões por ano referente à participação da ECT.
Leia aqui.
Desde 2002, a operação era realizada pelo Bradesco, que desistiu da licitação após realizar lance de R$ 2,25 bilhões na 11ª rodada. Na primeira etapa, o Banco do Brasil apresentou proposta de R$ 1 bilhão, Bradesco de R$ 1,55 bilhão e Caixa Econômica Federal de R$ 1,2 bilhão. O Itaú Unibanco foi desclassificado ao apresentar lance de R$ 0,01.
A Caixa desistiu do negócio na 5ª rodada, quando os lances estavam próximos de R$ 2 bilhões. A definição do Banco do Brasil como vencedor aconteceu na 12ª rodada. Para participar do processo seletivo, os bancos tiveram que comprovar ativo total igual ou superior a R$ 21,6 bilhões e patrimônio líquido igual ou superior a R$ 2,16 bilhões, o que limitou a participação de instituições financeiras de menor porte.
Por fato relevante o BB declarou "por meio desse investimento, o Banco do Brasil antecipa a execução de plano estratégico, que objetiva estender seus pontos de atendimento para todos os municípios brasileiros". Sobre a derrota no leilão, o Bradesco declarou pela assessoria que não daria declarações à imprensa.
No mercado financeiro, o alto investimento do Banco do Brasil teve impacto negativo nas ações ON, que fecharam em queda de 0,88% e preço de fechamento de R$ 28,05. Em compensação, as ações ON do Bradesco tiveram alta de 0,38%, com preço de R$ 26,10, e PN com alta de 0,51% e valor de fechamento de R$ 31,02. O Ibovespa fechou em alta 1,04% e 64.620 pontos.
O impacto negativo diante do mercado acionário pode ser reflexo do alto investimento na ampliação da rede de atendimento, mas com baixa rentabilidade financeira para os bancos. Para Adriano Gomes, especialista em Economia pela ESPM, o negócio é um "mico" por causa da rentabilidade. "O bom é a ideia de capilaridade, mas é teórico, pois o foco são cidades pequenas, com pessoas com baixa renda e que utilizam os serviços para recebimento de benefícios do governo (Bolsa-Família, por exemplo) e remessas de quantias de outras cidades. Uma coisa é o discurso bonito de inclusão bancária, outra é a baixa rentabilidade para as instituições financeiras."
Os serviços prestados pelo Banco Postal listados no edital incluem abertura de contas-correntes, poupança, saques e benefícios do INSS, pagamento de contas de água e luz, solicitações de cartão de crédito, empréstimos e operações de câmbio.
Para Osmar Visibelli, professor da escola de negócios da Anhembi Morumbi, o que deve ter motivado a participação do BB no negócio é a ampliação na rede de atendimento, mas há também vantagens políticas. "Para o governo federal ter um banco com o seu controle com uma ampla rede de atendimento é muito interessante, pois amplia a capilaridade do governo, que chega com meios mais técnicos na população mais afastada", pontuou Visibelli, que acrescentou. "Se haverá mudanças com o controle no Banco do Brasil depende do quanto terá de influência por parte do governo ou novas técnicas."
Em comunicado à imprensa, os Correios declararam que o Banco Postal tem participado efetivamente do compromisso governamental de promover a inclusão bancária e social. Cerca de 93% dos correntistas têm renda de até três salários mínimos. Sobre a licitação, o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo Silva, disse: "Essa parceria abre um espaço enorme para a interiorização dos serviços bancários".
O pagamento referente ao valor básico de acesso ao negócio, de R$ 2,3 bilhões, deve ser realizado pelo Banco do Brasil à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) em até 10 dias após a assinatura do contrato. Até 2 de janeiro de 2012, o banco pagará também R$ 500 milhões pela utilização das agências dos Correios e está previsto repasse mensal de R$ 350 milhões por ano referente à participação da ECT.
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