Dez veículos de entrega são assaltados por dia no Rio. Violência tirou 600 carteiros das ruas
Por Francisco Edson Alves
O Dia Online
Rio - Quinta-feira, 11h50. A Kombi dos Correios em que o carteiro X., 49 anos, trabalha é interceptada por dois bandidos na Rodovia Washington Luiz, em Caxias. Irritado porque as encomendas já tinham sido entregues, um dos ladrões atira duas vezes, ferindo o profissional no braço direito. A ação violenta de quadrilhas já tirou das ruas 600 carteiros no Rio e fez os Correios contratarem escolta armada para as entregas. Só ano passado, a estatal gastou R$ 7 milhões em indenizações por conta de roubos de encomendas.
A violência enfrentada por boa parte dos 11,2 mil carteiros da Baixada Fluminense, Rio, Niterói e São Gonçalo chegou a níveis alarmantes. De acordo com o Sindicato dos Carteiros, pelo menos 10 profissionais são assaltados diariamente (300 por mês, em média) nessas regiões, onde 62 mil mercadorias são entregues a cada 24h.
VÍTIMA 27 VEZES
Abalados psicologicamente, 500 carteiros estão afastados. A situação vem piorando desde o ano passado, quando compras pela Internet viraram uma febre. TVs de plasma, laptops, jogos eletrônicos, celulares e até fogões passaram a ter endereço certo: as mãos dos ladrões, que veem os carteiros como alvos fáceis. “Deus me salvou”, conta X.,assaltado nove vezes em 26 anos de carreira. Profissional de São Gonçalo acumula recorde: foi roubado 27 vezes. Hoje, está afastado.
PARALISAÇÃO
Quarta-feira, os 80 carteiros do Centro de Entregas de Encomendas de Niterói e São Gonçalo paralisaram a entrega de 2 mil produtos. “Eles só retornaram depois que a empresa providenciou mais quatro escoltas armadas, além das duas que existiam. Queremos mais quatro”, ressaltou o sindicalista Marcos Sant’águida.
Sequestros-relâmpago e ameaças de morte
Além dos assaltos, os carteiros que também são obrigados a dirigir veículos de entregas sofrem sequestros-relâmpago, agressões, ameaças de morte e humilhações.
“Em dois anos, fui alvo de ladrões 14 vezes. Em setembro, um bando me levou para dentro da favela Chumbada, em São Gonçalo. Enquanto descarregavam a van, me davam socos e pontapés, porque implorava para não ser morto”, lembra A., 31.
O Sindicato dos Carteiros informou que ao menos 500 profissionais alvo de violência estariam afastados do trabalho com problemas psicológicos. “Os bandidos dizem que sabem nossos nomes e de nossos parentes e os endereços. Isso nos enlouquece”, diz um dos que estão de licença médica.
Empresa usa escolta armada
Os Correios garantiram, em nota, que a empresa “vem alocando escoltas armadas e rastreamento para veículos em áreas de risco, além do monitoramento com imagens, cofre com retardo eletrônico, alarme e vigilância nas agências”. Na quinta-feira, a agência de Miguel Couto, em Nova Iguaçu, foi fechada, depois de 15 assaltos em seis meses.
A Polícia Federal informou que está investigando o aumento de assaltos. Relatório que aponta locais com mais incidência do crime será enviado à Secretaria de Segurança e ao Comando da PM. Em 12 meses, pelo menos seis suspeitos de pertencerem a quadrilhas especializadas em assaltar carteiros foram presos.
Leia aqui.
Por Francisco Edson Alves
O Dia Online
Rio - Quinta-feira, 11h50. A Kombi dos Correios em que o carteiro X., 49 anos, trabalha é interceptada por dois bandidos na Rodovia Washington Luiz, em Caxias. Irritado porque as encomendas já tinham sido entregues, um dos ladrões atira duas vezes, ferindo o profissional no braço direito. A ação violenta de quadrilhas já tirou das ruas 600 carteiros no Rio e fez os Correios contratarem escolta armada para as entregas. Só ano passado, a estatal gastou R$ 7 milhões em indenizações por conta de roubos de encomendas.
A violência enfrentada por boa parte dos 11,2 mil carteiros da Baixada Fluminense, Rio, Niterói e São Gonçalo chegou a níveis alarmantes. De acordo com o Sindicato dos Carteiros, pelo menos 10 profissionais são assaltados diariamente (300 por mês, em média) nessas regiões, onde 62 mil mercadorias são entregues a cada 24h.
Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia |
VÍTIMA 27 VEZES
Abalados psicologicamente, 500 carteiros estão afastados. A situação vem piorando desde o ano passado, quando compras pela Internet viraram uma febre. TVs de plasma, laptops, jogos eletrônicos, celulares e até fogões passaram a ter endereço certo: as mãos dos ladrões, que veem os carteiros como alvos fáceis. “Deus me salvou”, conta X.,assaltado nove vezes em 26 anos de carreira. Profissional de São Gonçalo acumula recorde: foi roubado 27 vezes. Hoje, está afastado.
PARALISAÇÃO
Quarta-feira, os 80 carteiros do Centro de Entregas de Encomendas de Niterói e São Gonçalo paralisaram a entrega de 2 mil produtos. “Eles só retornaram depois que a empresa providenciou mais quatro escoltas armadas, além das duas que existiam. Queremos mais quatro”, ressaltou o sindicalista Marcos Sant’águida.
Sequestros-relâmpago e ameaças de morte
Além dos assaltos, os carteiros que também são obrigados a dirigir veículos de entregas sofrem sequestros-relâmpago, agressões, ameaças de morte e humilhações.
“Em dois anos, fui alvo de ladrões 14 vezes. Em setembro, um bando me levou para dentro da favela Chumbada, em São Gonçalo. Enquanto descarregavam a van, me davam socos e pontapés, porque implorava para não ser morto”, lembra A., 31.
O Sindicato dos Carteiros informou que ao menos 500 profissionais alvo de violência estariam afastados do trabalho com problemas psicológicos. “Os bandidos dizem que sabem nossos nomes e de nossos parentes e os endereços. Isso nos enlouquece”, diz um dos que estão de licença médica.
Empresa usa escolta armada
Os Correios garantiram, em nota, que a empresa “vem alocando escoltas armadas e rastreamento para veículos em áreas de risco, além do monitoramento com imagens, cofre com retardo eletrônico, alarme e vigilância nas agências”. Na quinta-feira, a agência de Miguel Couto, em Nova Iguaçu, foi fechada, depois de 15 assaltos em seis meses.
A Polícia Federal informou que está investigando o aumento de assaltos. Relatório que aponta locais com mais incidência do crime será enviado à Secretaria de Segurança e ao Comando da PM. Em 12 meses, pelo menos seis suspeitos de pertencerem a quadrilhas especializadas em assaltar carteiros foram presos.
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